No seu livro intitulado Dicionário Antológico da Cultura Afro-Brasileira, o prof Eduardo Fonseca Júnior relacionou centenas de ervas cujo conhecimento ele colheu durante anos nos candomblés e outras manifestações da cultura Afro-Brasileira, mercados populares e tribos indígenas deste imenso Brasil. Situou-as de acordo com os Orixás aos quais tais ervas estão referenciadas e de acordo com a doença ou mal físico à que estão destinadas no tratamento destas doenças. Assim, tornou-se possível ao se procurar pelo nome da doença, achar as ervas que a tratam e, pelo nome da erva, achar as doenças à que se destinam no tratamento. Antes de publicar oDicionário Antológico da Cultura Afro-Brasileira, por conter o mesmo, esta Fitologia e Fitoterapia, o prof Eduardo Fonseca Júnior submeteu o trabalho à apreciação do Ministro da Saúde do Brasil e à Organização Mundial de Saúde. O apoio foi total com o próprio Ministro da Saúde, Dr. Henrique Santillo oferecendo seu elogioso prefácio ao trabalho, e não menos, foi a manifestação da Organização Mundial de Saúde e Organização Pan Americana de Saúde, através de seu representante Dr. David Tejada, mediante um outro prefácio nas mesmas condições. Hoje, todos sabem sobejamente o valor da nossa biodiversidade, inclusive da existência de pesquisadores que aqui aportam para roubá-la.
“Diz o velho adágio popular que “Deus dá o mal e também dá o remédio para este mal”. Nunca algo foi tão bem definido como este ditado. Neste trabalho procuramos, a partir de uma coletânea de ervas usadas para os Orixás dentro dos candomblés, trazer a público as suas utilizações na terapia de vários males que afligem a sociedade.
É costume nos rituais afro-brasileiros dizer-se que “sem as ervas, não existiria Orixás, e, sem Orixá, não existiriam as ervas”. O estranho encantamento que as folhas, as raízes e as ervas exercem dentro dos rituais, é assunto fascinante e desafiador para quem acredita em algo mais do que uma Aspirina. Neste trabalho, procuramos trazer ao conhecimento dos estudiosos da cultura afro-brasileira, aos médicos, fitoterapeutas, antropólogos e cientistas das diversas áreas, algumas informações preciosas que estavam ameaçadas de se perderem no tempo ou dentro de um velho baú de recordações de um antigo “candomblé” cujo terreno tenha sido desapropriado para a construção de uma mansão de um político qualquer.
Quando vemos as autoridades do país em 1993, ficarem atônitas diante de uma epidemia de Cholera Morbus sem ao menos saberem que em outra ocasião(1893) a mesma doença foi tratada com uma erva brasileira chamada Tejuco ou Cabeça-de-negro, e, segundo o Dr. Almeida Pinto, foi raro o paciente que sucumbiu ao ser tratado com ela, fica a interrogação: pode um país enfrentar o futuro desprezando a experiência e o conhecimento adquiridos no passado?
Recentemente, a Organização Mundial de Saúde reconheceu em públicos valores terapêuticos de uma erva brasileira conhecida como quebra-pedra, classificando-a como o melhor remédio para as doenças de rins. No entanto, essa mesma erva é usada há mais de duzentos anos pelos praticantes do candomblé para o mesmo objetivo e com resultados fabulosos.
Os chamados países do Primeiro Mundo discutem a biodiversidade, tendo por objetivo a potencialidade da flora brasileira, enquanto o Brasil, com a inocência de uma criança que acredita em “Papai Noel”, espera algum ato honesto por parte deles.
É comum nos rituais afro-brasileiros a identificação de ervas, folhas, frutos e raízes com os orixás e o conseqüente uso delas nos rituais dedicados a essas divindades, bem como os males físicos que porventura venham a ocorrer.
Assim, o Tapete-de-Oxalá, conhecido também por boldo, é usado nas oferendas a Oxalá e nos problemas estomacais, pancreáticos, de vesícula e bílis.
Catalogamos neste dicionário uma relação de ervas e folhas pertencentes aos diversos Orixás, bem como as doenças nas quais são empregadas estas ervas. Dessa forma o leitor poderá procurar pelo nome da doença, as ervas que são usadas na sua terapia, em seguida, procurando pela erva, obter a descrição desta e sua aplicação, dosagem, etc..., ou vice-versa.
Fica registrado também um desafio aos bioquímicos que desta relação tomarem conhecimento, para que façam o teste do princípio ativo de algumas destas ervas e raízes, pois muitas dentre delas, tendo a propriedade antibacteriana, outras a propriedade antivirótica e outras ainda tendo ambas, poderão solucionar muitos males para os quais a moderna medicina ainda não tem a cura ou terapia adequada.
No livro “Zumbi dos Palmares, a história do Brasil que não foi contada, demos uma relação de ervas deixadas pelo então Sumo-sacerdote de Palmares, Bambushê Adinimodó, o qual, ao passá-la para seus discípulos, alertou que aquelas ervas seriam as que curariam todos os males que existiam à época e todos os que viessem a existir no futuro. Ficou portanto um desafio de três séculos a todos aqueles que, ao estilo de Sabin, Pasteur e Oswaldo Cruz, jamais concordaram com um mal definitivo. Maurício de Nassau no Século XVI trouxe para o Brasil os Drs. Piso e Marc Graav que durante anos catalogaram a Flora, a Fauna e os conhecimentos nativos. Isto resultou num livro intitulado De Medicinae Brasiliansis, uma obra seminal que serviu de orientação a todos os cientistas até o início do Século XX.- Futurólogo eu? Sou apenas lógico!”
Sem correr o risco da contemporaneidade da mensagem escrita, ousamos afirmar, diante do iminente retorno das epidemias de tuberculose que assolaram o mundo no início do século, que a saída para este e outros males está nas nossas ervas e na nossa cultura afro-brasileira. A falta de visão que o mercantilismo estabelecido pelotrust da farmacopéia mundial impôs à ciência experimental faz com que nos esquecêssemos do princípio básico da medicina que é a imunização do homem contra todas as doenças.
Na Alemanha da Segunda Guerra, esse trabalho vinha sendo desenvolvido por intermédio de um produto conhecido como Sub 60, um componente químico que objetivava a imunização da tropa contra a sífilis, tuberculose, gripe, etc. Porém, com a descoberta da penicilina, por Fleming, esta pesquisa foi abandonada, como se a penicilina e os antibióticos que a substituíram fossem a saída definitiva.
No entanto, os vírus e bactérias se desenvolveram e se tornaram cada vez mais resistentes, exigindo produtos cada vez mais fortes; e a nossa inocência ante a própria natureza que nos cerca propiciou a chegada do vírus hospitalar e da AIDS. Resta-nos apenas uma saída: saber que, se não somos Deuses, somos pelo menos um pouco Deles cada um de nós... basta apenas adquirir um pouco de Sua infinita sabedoria para que tenhamos a certeza de que a Natureza dá o mal, mas também dá o remédio para este mal. Basta crer e pesquisar! Ah! Também é preciso travar o registro de princípios ativos de ervas brasileiras por laboratórios estrangeiros: -QUEBRAR AS PATENTES!
Agradecemos a todos que fizeram de suas vidas um banco de informação destes dados que agora levamos ao público, na certeza de que os outros tantos fitoterapeutas, homeopatas, alopatas e homens públicos de bem, tudo farão para minorizar o sofrimento de seu próximo, pois, afinal de contas, as ervas pertencem aos ORIXÁS e são um presente da natureza para o HOMEM. –O princípio ativo das ervas é químico, portanto matematicamente infalível e, por conseguinte, EXATO!