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CRÔNICAS DE PAI MOZART
CRÔNICAS DE PAI MOZART

cronicas

 

 

NOVOS SACERDOTES E O FUTURO DO BATUQUE...
 
Diferente de outras religiões, a crença afro gaúcha nos Orixás, a Nação ou Batuque do RS, não possui uma ordem sacerdotal com hierarquias definidas que possibilitem a fiscalização de umas sobre as outras.
No Batuque, com o amparo do arbítrio e da liberdade democrática, firmado pela constituição brasileira, desde que com todos os registros civis necessários, cada templo possui autonomia religiosa absoluta, cabendo exclusivamente ao sacerdote, Pai ou Mãe de Santo, administrar e nortear os rumos daquele clã, seja no aspecto religioso, tanto como civil, moral e ético, no tocante aos ritos e liturgias. Daí ser decisivo para o iniciado fazer uma boa escolha do seu zelador religioso. Imediatamente após a sua “ordenação”, para melhor compreensão dos leigos, ou a sacralização do seu “apronte religioso”, um sacerdote iniciante poderá dar inicio as atividades do seu próprio “Ylê”.
No Batuque, no momento em que um Pai ou Mãe de Santo “apronta” um Filho de Santo, esta concedendo a este filho toda a liberdade sacerdotal que possui, pois a partir daquele momento de consagração religiosa, o novo “pronto” poderá não ter o mesmo conhecimento de tradições e fundamentos dos rituais, que possui o seu feitor, mas autoridade sacerdotal, este iniciado passa a ter. Mesmo pertencendo a uma origem familiar religiosa bem estruturada, caberá ao sacerdote que instala o novo templo, de sua responsabilidade espiritual e material, a condução para os mesmos princípios em que foi sacralizado e “feito no santo”. Caso venha a romper os laços materiais com seu feitor, este novo sacerdote poderá estabelecer uma nova conduta no que se refere a tradições estruturais e de fundamentos com seus assentamentos de Orixás, modificando ao seu deleite e entendimento seu futuro religioso bem como de seus iniciados doravante seguidores.
Daí entender-se o porquê de casas que sempre tem origem em outros templos, às vezes muito populares e conhecidos, praticarem atos litúrgicos e rituais muito diferenciados dos que lhes foram origem. Da mesma forma que um pai ou mãe, não faz idéia sobre o futuro de seus filhos biológicos, no tocante a idoneidade, lisura, honestidade e honra ao nome da família, embora toda a austeridade e retidão na educação propiciada a estes filhos, também na Nação, um sacerdote nem sempre tem certeza do futuro religioso, ético e moral, e da honradez que seus iniciados “filhos de santo” darão para a religião e sua raiz de feitura após seguirem seus caminhos, em suas próprias casas de santo, onde poderão fazer o que bem lhes convir.Em face a esta realidade, algumas vezes preocupante, que provavelmente só acontece nas religiões afro brasileiras, é que se torna cada vez mais urgente que os sacerdotes verdadeiramente comprometidos com os sagrados valores fundamentais, tradicionais e éticos, aqueles que verdadeiramente amam a religião pela religião, e pelos nossos tão santíssimos Orixás; aqueles Pais e Mães de Santo que ainda não se corromperam pelo ganho financeiro, em alta escala, através da comercialização do axé, e os que ainda não se deixaram alucinar pela psiquiátrica satisfação do ego, em mega eventos ditos para os Orixás, mas que visivelmente é tributos a vaidade pessoal de alguns desavisados, em nome do sacerdócio; é urgente sim, que estes sacerdotes sensatos e experientes, burilados pelos anos de vivencia e prática religiosa, voltem a exortar aos seus iniciados, dentro e fora de seus templos, sobre as questões dogmáticas de nossa religião que predizem Temor e respeito ao divino,
Dogmas estes presentes em todas as religiões, pois o divino neste caso é Deus, causa primária de tudo que existe no universo, a quem são intercessores nossas divindades, os Orixás. Todos nós crentes do Batuque necessitamos urgentemente retomarmos consciência de que uma religião existe para tornar melhores as pessoas, nos propiciar harmonia interior e alto astral espiritual, para que em equilíbrio com o espiritual e o mundo material onde vivemos, possamos nos esforçar na conquista do pão de cada dia e das satisfações que tanto almejamos, mas com o conhecimento de que nossos Orixás são atraídos por fundamentos que os fortalecem ou enfraquecem na proximidade com nossa orbita mental. Qualquer pessoa, que tenha uma mínima oportunidade de conviver com a realidade de nossa religião, irá perceber o quanto é permeada de detalhes, a nossa crença. Questões que fazem toda a diferença na conquista de um bom axé ou de uma benção, o chamado “pulo do gato” como dizem os batuqueiros mais antigos. Fato este, que ao nosso tempo muitos dizem e alardeiam possuir, mas pouquíssimos detém tais conhecimentos.
São mistérios que começam no momento da compra de um produto de ritual, entram na cozinha de uma casa de Batuque, passam pelo Quarto de Santo e vão até a Natureza onde está o templo maior dos Orixás. Estes mistérios não estão na opulência, na vaidade humana e nem na mídia, mesmo que assim o queiram alguns crentes afeitos a modernidade e ate mesmo a tecnologia. Estes segredos não serão encontrados e nem debatidos nas comunidades de redes sociais, visto que seus guardiões são sacerdotes que possuem a sabedoria de que toda religião possui seus segredos, e que estes sigilos somente podem ser revelados para um grupo seleto, no caso do Batuque, estas pessoas são naturalmente escolhidas pelas divindades no momento certo. Estes sacerdotes têm noção de que isso não é assunto para redes sociais, abertas a quem quer que seja, religioso afro ou não.
Tornar-se-ia sem efeito todo o sacrifício, até mesmo de vidas que se consumaram, para que nossas bases teológicas chegassem imaculadas aos nossos dias, depois da época escravagista do Brasil, se o objetivo fosse abri-las ao vento da tecnologia, ou para o entendimento de pessoas não comprometidas com a continuidade imutável de preceitos que precisam ser preservados, sob pena de nossa religião desaparecer em breve. A iniciação, a informação e a formação de nossos iniciados urgem revisão modesta mas austera e eficaz, com vistas ao futuro não só de uma raiz de feitura, mas da religião afro brasileira como um todo. Antes da preocupação com o numero de filhos de santo e com a quantidade de “filhos prontos” dentro de uma casa de Batuque, se torna cada vez mais necessário observações no tocante a fidelidade religiosa, que envolve a fé do individuo, sua responsabilidade com a manipulação dos preceitos de seu lado de feitura, sua honestidade de intenções diante do sagrado e do divino e sua lealdade com o templo e sacerdote.
É preciso cada vez mais, que Babalorixás e Yalorixás conscientizem os novos crentes da necessidade de se manter vivos nossos segredos e mistérios. É preciso ver cada filho de santo iniciado ao nosso tempo, como se somente dele dependesse todo o futuro da religião, quem sabe assim nosso credo resista em existir por mais alguns anos atraindo os Orixás e suas bênçãos..
 
A AMIZADE

A amizade é, pois uma virtude extremamente necessária à vida. Mesmo que possuamos diversos bens, riqueza, saúde, poder, ainda assim, não será suficiente para nossa realização plena, pois nos falta a essencial e indispensável amizade, quanto mais influência e poder manipular um homem mais necessidade ele terá de ter amigos. A justiça e a amizade possuem os mesmos fins, mas considera-se a... amizade superior a justiça, pois a justiça é utilizada para contornar nossos atos em relação ao próximo que não conhecemos. Com os nossos amigos não precisamos de justiça, pois a natureza da amizade nos é completa, como mais autêntica forma de justiça.

De acordo com a proporção da faixa etária de cada indivíduo, a amizade apresentará uma função específica. Para os jovens ela ajuda a evitar o erro, para os mais velhos serve de amparo para as suas necessidades e suprime as atividades que declinam com o passar dos anos, porque dois que andam juntos são mais capazes de agir e pensar. 

A amizade não é apenas necessária, mas também nobre, pois louvamos os homens que amam os seus amigos e considera-se que uma das coisas mais nobres é ter muitos amigos. Ademais pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa.
 
 
MINHA PARTICIPAÇÃO NA REVISTA XIRÊ(São Paulo/SP)
 



Pai Mozart de Iemanjá
(51) 3344-4940

 

Em nossa estrutura afro religiosa, no RS,  reverencia-se esta divindade sempre em primeiro plano, visto que no entendimento de nossos fundamentos, se Obará(Exú) não estiver satisfeito inicialmente Ele não abrirá os canais da espiritualidade, e desta forma os demais "santos" não poderão estar em sintonia com o mundo dos humanos e com a litugia ritual  praticada, corre-se então o risco de ficar a deriva, sem proteção
e sujeitos a interferencias sombrias. Assim entendemos que Exú deve ser sempre reverenciado no inicio do xirê.

 
 
O MITO DA CRIAÇÃO (Segundo a Tradição Yorubá) -Texto transcrito do Facebook

Olodumaré enviou Oxalá para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 (cinco) dedos e um camaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por último, colocaria o camaleão para saber se a terra estava firme. 

Oxalá foi avisado para fazer uma oferenda à Exu antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um orixá funfun, Oxalá se achava acima de todos e, sendo assim, negligenciou a oferenda à Exu. Descontente, Exu resolveu vingar-se de Oxalá, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo outra alternativa, Oxalá furou com seu opasoro o tronco de uma palmeira. Dela escorreu um líquido refrescante que era o vinho de Palma. Com o vinho, ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo. 

Olodumaré, vendo que Oxalá não havia cumprido a sua tarefa, enviou Oduduwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalá estava embriagado, Oduduwa cumpriu sua tarefa e os outros orixás vieram se reunir a ele, descendo dos céus, graças a uma corrente que ainda se podia ver no Bosque de Olose. 

Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada à Oxalá: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigível, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de seres deformados. 

Oduduwa interveio novamente. Acabou com as deformações geradas por Oxalá e criou homens sadios e vigorosos, que foram insuflados com a vida por Olodumaré.
 
 
PARA PENSAR...    Texto transcrito do Facebook

Ontem eu li uma matéria sobre a ascensão dos líderes religiosos que incluía somente padres e pastores e fiquei muito triste com o fato. Diante disto me dei conta de que nós estamos errando seriamente e que precisamos mudar comportamentos para sermos reconhecidos. 

Pensemos:

O que os padres e pastores fazem para atrair tantos fiéis? - Aguçam em seus seguidores a vontade de participarem dos cultos e de serem fiéis. 

O que a maioria dos zeladores faz para ter novos fiéis? - Ficam parados em casa a espera de que sejam indicados ou de que sejam lembrados.

Quando tem uma manifestação pública, o que os padres e pastores fazem? - Campanha motivacional para que todos participem em favor da fé.

O que a maioria dos zeladores fazem em razão a isso? - Fazem de conta que não sabem do evento para não encontrarem com outras pessoas e para não aparecerem.

Como é o ambiente de uma igreja? - União, harmonia e luta em defesa da fé. A fofoca e a inveja existe, mas é inferior a positividade.

Como é uma casa de santo? - Desunião, fofoca e muito ciúme... A união, a harmonia e a luta pela casa existe pela minoria, mas logo derrubam as tentativas de mudanças positivas.

Como é o comportamento de um pastor ou de um padre em relação aos seus seguidores? - Valorização, pois aquela pessoa é responsável pela disseminação da propaganda da igreja.

Como a maioria dos zeladores tratam seus seguidores? - Indiferença, superioridade e humilhação. Poucos são reconhecidos e valorizados.

Os pastores e os padres se contentam com pouco em relação às manifestações públicas? - Claro que não, pois eles estão em todos os locais públicos como praias, campos, praças, áreas de patrimônio público, etc...

E onde estão os zeladores, quanto às manifestações públicas? - Escondidos em suas casas.

Qual o tamanho do público arrebatado pelos padres e pastores? - Milhões de pessoas, engarrafamentos gigantescos, repercussões positivas na mídia, festivais, Cantores famosos, programas em tvs e rádios... Sendo que a maioria desses seguidores são nossos ex-seguidores...

O que fazem os padres e pastores para se tornarem líderes? - Estudam, fazem seminários, se atualizam, se capacitam e seguem suas normas e procedimentos - atuam como uma empresa...

O que fazem os zeladores para se atualizarem? - Se humilham anos e anos para aprenderem um pouco e depois fazem seus seguidores passarem pelas mesmas coisas. Na maioria das vezes aprendem com outras pessoas do que com seus próprios zeladores. - Não existe normas e procedimentos e nem uma cartilha a seguir.

Se há uma inauguração de igreja o que acontece? - Muitas pessoas vão prestigiar.

Se há uma inauguração de casa de santo o que acontece? - Muitas críticas e falsos elogios, pois as casas novas passam a ser vistas como ameaça.

precisamos pensar seriamente como fazer para mudar estes comportamentos, em nível mais amplo...se nao fizermos nada agora...o futuro a Deus pertence...asé...
 
 
 
 
 
PRESENTES PARA MÃE IEMANJÁ...
Mamãe já se prepara para receber presentes e homenagens no dia 2 de fevereiro, na orla maritima de todo o Brasil, praias onde irão se banhar religiosos e leigos, a comunidade em geral...Desde já Mãe Iemanjá agradece as boas intenções, mas dispensa presentes que contenham objetos ou elementos não absorviveis pela natureza marinha, e pede encarecidamente que evitemos levar para a beira das praias objetos que possam acidentar pessoas que tem o direito de nao serem crentes da nossa religião...asé..
 
 
UMBANDA NÃO É NAÇÃO... Texto Transcrito do Facebook.

Os leitores que acompanham meu trabalho neste espaço devem lembrar que, por várias vezes, já deixamos claro que as diversas religiões de matriz africanista, embora no conceito dos leigos sejam tudo um credo só, divergem em liturgia, rituais e fundamentações básicas.
Hoje queremos mais uma vez enfatizar que “Umbanda” não é “Nação”, nunca foi e nem será, misturas de entendimento e procedimentos equivocados existem, mas se não for da competência dos sacerdotes a busca emergencial do esclarecimento para que as diferenciações e rituais corretos sejam reinstalados, com certeza um momento chegará quando os próprios guias, protetores, mentores espirituais e Orixás farão prevalecer a verdade e o crivo litúrgico que divide as tradições e os rituais de uma religião e outra serão restabelecidos.
Digo isso em face das observações que tenho tido oportunidade de fazer, em contato com diversos religiosos no campo da espiritualidade afro-descendente.
A Nação, ou o Batuque do RS, cultua em seus ritos sacrários, com rituais e fundamentos apropriados trazidos pelos africanos, exclusivamente os Orixás, e em outros ritos os Eguns(espíritos desencarnados dos sacerdotes e ancestrais religiosos).
A Umbanda não foi trazida da África, nasceu no Brasil, oficialmente em 1908, tem em sua base a comunicação com as almas dos mortos índios, negros, indianos, ciganos e crianças, entre outros, conhecidos comumente como caboclos, pretos velhos, orientais e falangeiros de São Cosme e São Damião, comunicação esta, feita através do transe de incorporação mediúnica por intermédio de médiuns treinados para tal atividade fenomenológica. Atividade esta extraída do espiritismo kardecísta, de onde se obteve também, o hábito da leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo(Allan Kardec). 
A Umbanda é a UNICA RELIGIÃO CEM POR CENTO BRASILEIRA, pois nasceu neste solo. Sincreticamente atribui as imagens dos santos católicos a personalidade dos Orixás, pois enquanto no Batuque se diz que os santos sincretizados “representam” as divindades afro, os umbandista apregoam que os santos católicos “são” os próprios Orixás. 
No culto da Umbanda são reverenciados unicamente sete Orixás: Exu, Ogun, Xangô, Oxossi, Oxum, Yemanjá e Oxalá.
Com exceção de Exu que se manifesta mediunicamente dividindo sua personalidade em masculino(Exu/n’insila) e feminino(Bombo n’insila/Pomba Gira), com suas variantes de nomes, todos os demais Orixás não se manifestam nos médiuns, mas sim enviam seus falangeiros. Desta forma uma Oxum que se manifesta na religião da Umbanda não é a mesma que “vira” o Yaô no Batuque, a Oxum umbandista é uma cabocla falangeira, que vem em nome do Orixá, isso porque o médium não é ritualizado da mesma forma que um iniciado na Nação, e nunca poderá ser, são energias de voltagens energéticas diferentes.
Originalmente a Umbanda esta alicerçada pelo tripé “amor, verdade e justiça”, leis evangélicas estruturadas para demonstrar seu objetivo maior: caridade e amparo espiritual ao próximo, no aspecto de "dar de graça o que de graça recebeu(mediunidade), Em seus trabalhos práticos encontramos a benzedura de preto velho, o passe de corrente ou o passe isolado, os banhos aromáticos feitos com ervas, os defumadores de brasa, o “ponto de fogo” e ponto final. 
Enquanto as “frentes” rituais de santo, comidas votivas e sagradas oferecidas aos Orixás no quarto de santo da Nação, seguem preceitos desde o seu cozimento até a montagem dos pratos, com observação que incluem fundamentos extremamente sérios desde as pessoas preparadas para tal mister até os segredos de preparo, e a vigilância dos Orixás de cabeça de quem conduz a feitura desta comidas, a saber, um filho de Bará ou de Oxalá jamais poderá bater um pirão para o amalá de Xangô, por exemplo. Os axés oferecidos no batuque tem a função de atrair ou repulsar os Orixás, se não houver fundamento no preparo, não haverá Orixá recebendo e tudo se perderá.
Importante dizer que se constitui num sacrilégio para com os Orixás da Nação se oferecer suas comidas votivas, como exemplo o amalá de Xangô Orixá de Nação, para Orixá Xangô caboclo de Umbanda, ou a canjica doce de Mãe Yemanjá Orixá, para a Yemanjá Sereia umbandista. 
As Oferendas para as entidades umbandistas são simples, usa-se flores, frutas, perfumes, velas de pacote, guaranás, charutos, cervejas, vinho tinto e alguns poucos tipos de doces, isso tudo entregue na natureza como forma de presentear os guias e mentores. 
Inicialmente as entidades jamais bebiam, comiam ou fumavam nada pela boca dos médiuns em transe, isso por se entender que tais entidades absorvem dos presentes que recebem nas matas, rios, mar, etc... a intenção da oferta, o carinho, o esforço, a abstenção pessoal, e dos elementos oferendados o fluído que permite algum tipo de trabalho em beneficio dos mais necessitados. Estes espíritos, pela evolução que possuem, sabe que Umbanda é religião para prática do bem que leva à evolução, e não um mercado de consumo de satisfações humanas, de vícios e vaidades, logo, sabem que não precisam beber cerveja, nem comer frutas, nem usar perfumes, nem da luz das velas, pois possuem luz própria, como disse, de tudo isso absorvem o fluído imanente da intenção e a energia capaz de auxiliar espíritos em menos faixa evolutiva, para que estes também cresçam.
Num quarto de santo de Batuque se concentra a energia captada na natureza, com o assentamento dos “ocutás” sagrados dos Orixás, que estabelecem a própria presença do Orixá sento. 
No altar sagrado da Umbanda o principio sincrético das imagens de santos católicos se alternam com as de caboclos, pretos velhos, exús, etc... a constituição do congá demonstra a heterogeneidade da crença que agrega valores religiosos vindos de varias partes do país e do mundo.
Em contraponto aos preceitos estabelecidos pela diversidade de crenças afro religiosas, o que se precisa considerar é que todo sacerdote é responsável hoje pela religião do futuro.
Muitos dos Batuqueiros e Umbandistas da atualidade não agem de má fé quando quebram fundamentos ou deixam de seguir a risca os preceitos tradicionais que dão sustentação a religião que seguem, mas assim o fazem porque alguém no passado foi relapso, quando parecia ser, sem realmente ter conhecimento e capacidade de formar os sacerdotes de hoje.
Se modificações não forem feitas em nome da boa fundamentação, diferenciação e manutenção das corretas tradições, podermos desde já imaginar qual será a herança que ficará para os religiosos da Umbanda e do Batuque no futuro. Umbanda não é Nação, são religiões diferentes que necessariamente precisam restabelecer seus fundamentos e dogmas originais.
 
 
 
 
Crônica publicada no Jornal Hora Grande

by Pai Mozart de Yemanjá...

CONFIANÇA E AXÉ...


Um dos momentos muito lastimáveis, dentro de uma casa de Batuque, se constitui da hora em que o sacerdote, com a intenção de manter o grupo religioso harmônico e equilibrado, é obrigado a mandar embora, por indisciplina ou outros motivos, um de seus filho de santo. Situação triste, e muitas vezes cercada de magoas e ressentimentos. Isso porque, quando um novo filho de santo vai integrar uma casa de religião, visto suas necessidades, e quantas vezes infelicidades, nele é depositado o axé da benção e “bandeira” do Orixá dono da casa, confiança, dedicação, e com o convívio muito carinho, como se ali se estabelecesse um clima familiar, onde deve haver sinceridade, respeito e hierárquia.
As religiões de matriz africana são cercadas de mistérios fundamentais, que variam de lado a lado na forma de culto. São tradições, preceitos e princípios que norteiam, pelos séculos, a constituição religiosa de cada casa em torno do seu axé e dos Orixás. Tudo isso, através dos anos de convivência entre mãe ou pai de santo e seus iniciados, vai sendo passado pela verbalidade e pelo exercício nos rituais, ou seja, os “segredos de bacia” vão sendo transmitidos, a chegando nas mãos e ouvidos dos filhos de santo, em nome da confiança, amizade, zelo, respeito e sobretudo religiosidade, certamente na esperança do reparte do axé e do fundamento, que todos os sacerdotes querem ter bem disseminados, produzindo bons frutos para o primor da religião no amanhã. Quando um pai de santo transmite os fundamentos de sua goa, para um filho de santo, com certeza atesta neste ato confiança filial e zelo religioso, visto o desejo da perpetuação da crença e do seu lado de feitura.
Foi graças a grandes religiosos do passado, que o presente da religião de Batuque se fez.
Seguramente quando nossos antepassados, iniciaram alguns zeladores do presente, destes que ainda conseguem fazer da Nação, uma religião bem composta e digna de respeito, se viam depositando nos seus seguidores iniciados uma semente, com o objetivo maior de que estes se tornassem os elementos de continuidade religiosa do culto aos Orixás.
Embora muitas sementes tenham se perdido pelo caminho, e não germinado, outras tenham se tornado híbridas ou miscigenadas e não tenham contribuído para o objetivo da pureza litúrgica originária, em nome da honestidade de intenções e da confiança na dignidade pessoal dos indivíduos, que receberam estes fundamentos dos saudosos e antigos, estes ancestrais fizeram sua parte. 
Quando um filho de santo, dentro de uma casa de Orixá, toma para si um comportamento de rebeldia, indisciplina e excessos não condizentes com as regras religiosas e os métodos unificadores daquele grupo, está primeiramente incorrendo em agravo diante das Divindades, que a tudo observam, mas também, matando de alguma forma a essência da semente religiosa nele depositada para o futuro e o bem da religião dos Orixás.
Casos mais graves também se observam. São aqueles dos iniciados que permanecem anos dentro de uma casa de santo, jurando fidelidade filial e religiosa, beijando literalmente as mãos e os pés dos zeladores, enquanto fora os apunhalam, questionando seus fundamentos em outras casas de diferentes lados de feitura, expondo a ridículo suas tradições e preceitos, e se integrando com grupos não afins, só para citar uns poucos exemplos, ou seja, traindo de forma vil, e sem vergonha na cara ou dignidade na alma, aqueles que diariamente entregam suas vidas ao sacerdócio honrado e cheio de afetividade a família religiosa que acreditam terem constituído.
Fidelidade sacerdotal e filial, são fatos que a modernidade nos impõe questionar, para o futuro e a grandiosidade da crença.
É preciso que os sacerdotes se invistam cada vez mais das suas condições hierárquicas, dentro dos templos, quando estes as possuem, pois somente com disciplina e ordem, conhecendo profundamente cada um dos seus iniciados, e se colocando na condição de mestre e não de igual, e que se poderá produzir hoje a semente da árvore que dará bons frutos amanhã.Existe uma passagem bíblica que diz: “testai as almas para ver se elas são de Deus...”Em nossa crença, no momento atual, poderíamos dizer: testai os santos no corpo das pessoas, para ver se são verdadeiros, e o caráter dos iniciados para confiar ensinamentos.
 
 
         Vale a pena ser lido......
 
 
Mãe-natureza: base primordial do candomblé, ela carrega no seu cerne o mistério da vida e da reprodução. Sábia e paciente, ela age com sutileza, não medindo, como o homem, a sua existência cronologicamente. Generosa e poderosa, permite uma interação perfeita e equilíbrio entre seus elementos e o ser humano. Se o homem a protege e respeita, ela lhe dá tudo o que produz, sendo abundante em sua diversidade! Com suprema sabedoria, acolhe e fecunda sementes, gerando assim novas vidas e novas gerações. Matas, florestas e montanhas são criadas e renovadas. E, mesmo quando estas faltam e criam-se desertos áridos e inóspitos, estas áreas ainda assim possuem vida em abundância, graças à diversidade e à generosidade desta grande mãe! Porém, se o homem a ofende ou maltrata, ela lhe responde à altura! É quando a natureza, não suportando mais adversidades que o homem lhe impõe, materializa situações extremas em resposta ao desequilíbrio por ele provocado. E ele não tem subsídios ou qualificações para se igualar a ela, só lhe restando a condição de aceitar ou consertar seus erros para continuar a receber suas benesses! O meio ambiente só exige ser olhado pelos homens com mais respeito e carinho e ter regras bem claras para que seus recursos não se tornem escassos ou extintos! Assim é esta grande mãe: receptiva
 e adaptável! - Livro: O Candomblé Bem Explicado (Nações Bantu, Iorubá e Fon) - Autores: Odé Kileuy e Vera de Oxaguiã


SOBRE A ESTRUTURA DO CANDOMBLÉ GAÚCHO: NAÇÃO
A estruturação do batuque do Rio Grande do Sul deu se no início do século XIX,entre os anos
de 1833 e 1859 tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas tem se notícias em jornais destas regiões. Matérias sobre os cultos de origem
Africanas,datada de abril de 1878,(Jornal do Comercio de Pelotas). Já em Porto Alegre as noticias relativas a batuque, datam da segunda metade do século XIX,quando ocorreu a migração de escravos e de ex escravos da região de Pelotas e Rio Grande para Capital. Os rituais de batuque seguem fundamentos principalmente das raízes da Nação Oyó proveniente da Nigéria,e dá lastro as outras nações como Jêfe da Daomé,hoje Benin,Cambinda (enclave Angolana) e Jeje e ainda Ijexá, também da região da Nigéria. O Batuque engloba vários cultos africanos de nação, é um culto religioso bastante eclético e com grande alcance, mexendo muito com voduns (Jeje) e Orixás Ijexá (nagô).
O nome Batuque era dado pelos brancos devido a percursão dos tambores, sendo que os negros o chamavam de Pará. E da junção de todas estas nacões que se originou esta cultura,conhecida como NAÇÃO, popularmente conhecida como Batuque ou Candomblé do Rio Grande do Sul...asé
Foto: SOBRE A ESTRUTURA DO CANDOMBLÉ GAÚCHO: NAÇÃO
A estruturação do batuque do Rio Grande do Sul deu se no início do século XIX,entre os anos
 de 1833 e 1859 tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande  e Pelotas tem se notícias em jornais destas regiões. Matérias sobre os cultos de origem
Africanas,datada de abril de 1878,(Jornal do Comercio de Pelotas).  Já em Porto Alegre as noticias  relativas a batuque, datam da segunda metade do século XIX,quando ocorreu a migração de escravos   e de ex escravos da região de Pelotas e Rio Grande para Capital.   Os rituais de batuque seguem fundamentos principalmente das raízes da Nação Oyó  proveniente da Nigéria,e dá lastro as outras nações como Jêfe da Daomé,hoje Benin,Cambinda  (enclave Angolana) e Jeje e ainda Ijexá, também da região da Nigéria. O Batuque engloba vários cultos africanos de nação, é um culto religioso bastante eclético e com grande alcance, mexendo muito com voduns (Jeje) e Orixás Ijexá (nagô).
O nome Batuque era dado pelos brancos devido a percursão dos tambores, sendo que os negros o chamavam de Pará.  E da junção de todas estas nacões que se originou esta cultura,conhecida como NAÇÃO, popularmente conhecida como Batuque ou Candomblé do Rio Grande do Sul...asév
 
 
Foto: OS IBEDJI:
Ibedji é Ibedje, tem sua identidade particular e não se trata de uma divindade extensiva a Xangô, como entendem alguns religiosos em nosso Batuque, tanto quanto não existe Oxum Ibedji. É uma divindade par, é a natureza que faz nascer os
 
 
 
 
 
UMBANDA NÃO É NAÇÃO   (extraido do Facebook)

Esclarecendo ao questionamento da amiga, trago a publico, pois pode ajudar na dúvida de outras pessoas...
Umbanda não joga búzios, esta prática é da Nação ou do Candomblé, e ainda, neste caso e preciso que o sacerdote tenha aprendido a ler as caídas, pois só receber o "axé de Buzios" não é o suficiente para que seja feita uma interpretação correta. Umbanda tem Terreiro, não se intitula Ilê, também é de Nação este termo, Umbanda possui chefe de terreiro ou cacique de Umbanda e não pai ou mãe de santo, e os iniciados se chamam médiuns de corrente e NUNCA filhos de santo, todas estas questões dão uma impressão de querer ser o que não é de fato. Na Umbanda não existe Orixá de cabeça e corpo, nem obrigação sacraria de "chão"...A manifestação e a confirmação de entidades de Umbanda em um MÉDIUN se da pelo desenvolvimento da mediunidade e não por "feitura" de igbassé, da mesma forma que a confirmação da identidade do espírito protetor ou mentor espiritual do médium jamais será feita por jogo de Buzios, mas sim...insisto...pelo desenvolvimento da mediunidade...Enfim, é claro e objetivo que precisamos rever conceitos que se alterarm pela deformada forma com que se apronta sacerdotes, hoje em dia, tanto na Umbanda como nas Nações afro gauchas.
 
 
 
...
 
Foto: OXUMARÉ:
 24 de Agosto, dia de São Bartolomeu, para os católicos, é o dia sincrético da Divindade Oxumaré, praticamente desconhecida nas Nações afro gaúchas...O lugar de origem deste Orixá seria Mahi, no ex-Daomé. Oxumaré é Orixá da riqueza e é chamado, nos cultos yorubás, e na nação OYÒ de Ajé Sàlugá...Ele é simbolizado por uma grande concha, seu dia da semana é a terça feira, juntamente com Xangô, sua cor é o dourado...Existe uma simbologia maravilhosa em torno deste Orixá. 
Oxumaré é considerado como o próprio arco-íris, ou a serpente do arco-íris, cuja função é a de dirigir as forças que produzem movimento, ação e transformação....é andrógino, tem uma natureza dupla, representa a bisexualidade, a renovação e a substituição...A dualidade de Oxumaré faz com que ele carregue todos os opostos e antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo. Como arco-íris, Oxumaré tem o dom de regular a chuva, pois enquanto ele brilha no céu, não há chuva na terra...Um itan conta que Oxumaré era empregado de Xangô e que tinha como função transportar a água caída na terra durante as chuvas e leva-las de volta ao reino de Oxalá no orum... Diz-se que no fim do arco-íris há um pote enterrado cheio de pepitas de ouro. Portanto Oxumaré é a representação desse magnetismo sagrado...A ele é atribuído o alongamento do cordão umbilical do recém-nascido, ele também toma conta do cordão de prata que liga o homem a Deus, sendo o responsável por rompe-lo, no momento da morte física...A identificação de Oxumaré com o arco-íris, não aconteceu por acaso, pois ele irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas, ou seja, os sete sentidos da vida: fé, amor, conhecimento, justiça, ordem, evolução e geração...Uma das funções de Oxumaré é de sustentar a Terra e impedi-la de se desintegrar. Sob sua influência tudo acontece rapidamente, ele traz crescimento e longa vida. A atividade o agrada, por isso é o Orixá do movimento, das ações e da transformação contínua...Com excessão da Nação Oyó, que o cultua com o nome de Ajé Sàlungá, a divindade não é reverenciada em outras culturas do afro gaúcho, e mesmo nesta Nação pouquíssimos são os sacerdotes que possuem seu assentamento Ajê Saluga tem um axé muito raro e culto quase extinto. Poucos conhecem sua feitura, e os que conhecem, na maioria dos casos, se recusam a passá-los à frente. Seu assentamento deve ficar reservado, incógnito e nunca devem ser tocados por outra pessoa que não seja seu dono. Ajê deve ser dado ou ganhado, a pessoa não pode simplesmente assentá-la para si. Os materiais utilizados geralmente se demora muito para se conseguir: Conchas grandes, caramujos do mar, jóias naturais, corais, são os símbolos desta divindade. Não existem cerimônias abertas para ela, nem festas...Diwó, diwó ajé...asé
 
 



BANALIZAÇÃO: risco para a fé... (...do Facebook)

Toda época traz sempre, inevitavelmente, suas oportunidades e ameaças. 
Se observarmos, com atenção a História da Humanidade, verificaremos que o declínio de quase todas as civilizações se deu frente a pouca atenção dedicada às ameaças mais evidentes! 
Estranha observar que estas ameaças estão evidentes por um longo período de tempo antes que suas consequências cruc
iais ocorram e, no entanto, ninguém faz nada a respeito. 
A atualidade também nos apresenta a sua lista de oportunidades e ameaças.
Chamando atenção o que consideramos mais perigosa: a banalização. 
Banalizar é tornar algo "estupidamente" comum e sem importância, vulgarizar. 
Fazer com que algo perca a importância é uma das estratégias mais eficazes para destruir, em definitivo, o poder de um fato, uma idéia. 
Entre as banalizações históricas mais recentes, podemos observar No mundo religioso afro brasileiro, nos ritos da Umbanda, e na dissidência desta: a Quimbanda; e ainda nas Nações afro gaúchas de Oyó, Jeje, Cabinda e Ijexá, as coisas não são diferentes: " A banalização da responsabilidade com o sagrado faz surgir diariamente hábeis marqueteiros religiosos, desprovidos de responsabilidade e dignidade na fé. Eles construíram o COMERCIO DO AXÉ.
A banalização do convívio com o sagrado sacerdócio afro brasileiro faz com que se delegue poder independentemente se as pessoas estão ou não preparadas para lidar com ele. 
A banalização das vivências nos espaços dos terreiros faz com que, em alguns casas, se acredite que os iniciados, para ter prestígio e serem admirados e notados, independente do tempo de iniciação religiosa precisam se tornarem “prontos” e ostentarem guias, brajas, olharem fixamente alguidares de ecos e dançarem balanças.
A banalização das informações de bacia e feituras, segredos fundamentais anteriormente abertos somente a um pequeno grupo de sacerdotes antigos, comprometido com a base da religiosidade afro, passaram a serem expostas pelos novatos, e jovens desavisados na crença, para a leigos de toda ordem e debatidas de forma virtual na internet e redes sociais, sendo que estas dão espaço aos que não tem absolutamente nada a dizer em detrimento de grandes lideres religiosos, que ainda mantém tradição e credibilidade, e que discretamente trabalhando em seus centros ou ilês não sendo ouvidos com a atenção e consideração que lhes é devida.
E assim, estamos diante de uma época onde a banalização da religião propõe benefícios materiais de curto prazo, a forma de um comercio de felicidades, ao invés de evolução espiritual no longo prazo, com a religação com o que é sagrado e divino.
Onde alguns sacerdotes fingem que conhecem teologia, essência e fundamentos africanistas, enquanto alguns iniciados se deixam iludir pelo simples fato de que não buscam religação com o divino, papel precípuo de qualquer religião, mas sim um grupo social, um passatempo ou notabilidade através de comportamentos descabidos e recrimináveis.
Como citei no início, todas as civilizações são destruídas por suas ameaças mais evidentes, porque de tão evidentes tornam-se banais, misturam-se à paisagem, incorporam-se ao cotidiano, e no nosso caso, se inserem na realidade religiosa do afro brasileirismo. 
E nós o que fazemos???
Como religiosos, desunidos, tomando conta tão somente dos nossos núcleos e casas, fazemos o que faz a sociedade em geral que adia constantemente as ações conjuntas necessárias para mudar o estado das coisas.
Conceitos de fundamentos, tradições, feituras, vestuário adequado a linhagem ritual, afirmação nos fundamentos que envolvem o sexo do individuo que nasceu homem ou mulher, entre tantas outras atrocidades litúrgica e dogmáticas estão tão banalizados que é comum ouvirmos as pessoas falarem sobre estes fatos como se fossem as coisas mais normais e terminando sempre com a frase: "NO MEU LADO É ASSIM”, ou ainda, “ISSO E UM ABSURDO MAS RESPEITO QUEM FAZ”...
Lado tem base, dogma e comprovação através dos mais velhos na crença.
Não podemos respeitar quem faz, ou respeitar o que sabemos estar errado, pois isso é avalizar, é concordar.
Ignorância e ingenuidade, até quando pagaremos o teu preço?
Para não vermos a destruição das religiões afro brasileiras, em curto espaço de tempo, convoco a todos para refletirmos sobre o assunto e começarmos a valorizar a ética, a dignidade e a honra da nossa religião como um todo, não permitindo que menosprezem nossa inteligência, sentimentos e valores. 
Não precisamos mais de heróis, mas de pessoas comuns com a coragem necessária para dizer não e atitudes necessárias para dar o exemplo.
Caso contrario, o sinal dos tempos fará com que nossas religiões afro, já tão estigmatizadas pela comunidade leiga, chegue as raias da fábula, do escárnio popular, da ridicularização social.
 
 
PÉS DESCALÇOS (...do Facebook)

Nos cultos das Nações afro gauchas estamos acostumados ao culto direto, com rituais específicos para um panteão de divindades com os quais convivemos em sintonia constante, e cujo os nomes são sempre citados. Existe, porém, uma divindade, um Orixá, que em
bora a maioria dos sacerdotes modernos não tenham conhecimento do fato ou do fundamento, esta presente no nosso dia a dia dos Ilês, e o revenciamos constantemente sem sabermos ou nos daros conta disso: ONILÉ. Esta é uma mãe Orixá que representa a base de toda a vida, a TERRA. tanto na vida como na morte, se caracteriza por ser o princípio e representação coletiva de tudo que existe no planeta, dela surgimos e a ela retornamos, e é a mãe terra que sustenta tudo o que existe no mundo material, tudo absolutamente tudo. Toda casa de santo deveria possuir, mas infelizmente uma grande maioria dos sacerdotes da atualidade não recebeu este fundamentos de seus mais velhos. Seu assentamento se constitui daquele espaço sagrado, normalmente marcado, no centro dos terreiros, denominado como o fundamento da casa ou simplesmente Axé da casa, onde todos sabiamente reverenciam este local. Onilé é uma divindade feminina, representa a Mãe Terra (onde gera, e no ciclo natural de todas as coisas absorve, em retorno a si mesma tudo aquilo que gerou), e ainda, oferendas, liturgias, rituais e acolhe os ancestrais. Conta-se que quando Olorum reuniu os orixás para dividir o poder sobre a criação entre eles, uma de suas filhas, Onilé, escondeu-se sob a terra. E acabou ganhando por este motivo poder e autoridade sobre ela. A primeira parte de todos as sacralizações rituais de (Axorô/Ejé) sempre salta sobre o chão, independente de para qual divindade seja o rito, este gesto da gravidade é uma forma de lembrar e reconhecer o poder de Onilé. Tudo vem da terra e a ela retorna. Em nossos rituais do Batuque do RS, quando ficamos descalços em nossos rituais de santo, mesmo sem nos darmos conta ou termos a informação, é a ONILÉ que estamos reverenciando, com o contato direto de nosso corpo físico com esta natureza maternal.